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Artista expõe obra vandalizada e faz nota de repúdio: “ato criminoso”

Thiago Carvalho, autor de uma das obras vítima de vandalismo no Centro Cultural Mestre Assis, fez um post em sua rede social, nesta segunda (22), junto de uma nota de repúdio. A postagem do artista contou ainda com fotos da violação das obras de arte e chegou a ser compartilhada por mais de 4 mil pessoas.

Vandalismo obras de arte Embu das Artes - embudasartes.net
Thiago Carvalho compartilhou em sua rede social o estado de outras obras de arte que também foram vandalizadas

Na postagem, o artista disse que manifesta seu “profundo repúdio ao ato de vandalismo à mostra” e diz que considera o ato “criminoso”. O post recebeu mais de 5 mil reações e diversos comentários. Em um dos mais curtidos, Vera Weinz disse: “Me solidarizo a você e repudio esse ato de barbárie, assim como repudio toda a destruição que estamos vendo e vivendo em todos os setores da sociedade brasileira”.

Carvalho escreveu uma nota de repúdio no corpo do texto da postagem. Confira na íntegra o texto:

“Eu, Thiago Carvalho, um dos artistas expositores da M’Bai – Mostra Regional de Artes Plásticas – Embu das Artes-SP, em cartaz no Centro Cultural Mestre Assis, manifesto meu profundo repúdio ao ato de vandalismo à mostra, que ocasionou na destruição de algumas obras de artes dos artistas expositores, inclusive a minha.

A mostra M’Bai de 2019, que homenageia o Ano Internacional das Línguas Indígenas declarado pela Organização das Nações Unidas – ONU, reuniu obras de artistas indígenas e não indígenas, buscando fortalecer e dar visibilidade à arte e luta dos povos originários.

A princípio, peço à Secretaria de Cultura de Embu das Artes a devolução da minha obra (em seu estado atual de ‘destruída’) após o ato criminoso que ocasionou na descaracterização da obra original, levando-me ao prejuízo material e de valor sentimental, para que ela possa retornar à exposição e ser encaminhada para outra mostra de artes no circuito”.

Vandalismo obras de arte Embu das Artes - embudasartes.net

Posicionamento da exposição M’Bai

A página no Facebook intitulada “M’Bai Mostra M’Bai” está juntando outras postagens referentes ao triste ocorrido. Por lá estão posts de artistas e outras notas de repúdio, como as de Camila Gallo e Rosi Araújo.

Em um vídeo da página é possível ver o estado do Centro Cultural logo após o ato de vandalismo. A curadora da exposição, Margarith Foga, escreveu uma nota intitulada “A arte constrói um mundo melhor”. No texto, Foga lamenta os atos destruidores e diz acreditar que possam ter sido causados por racismo contra a história indígena.

“Agrava a seriedade do ataque a sensível possibilidade de que tenha sido motivada por racismo, um horrível crime de ódio, pois a exposição busca inaugurar um processo de maior visibilização da arte indígena, e os danos foram quase em sua totalidade dirigidos às obras desses povos originários.”

Por fim, Foga pede aos poderes públicos a garantia da “proteção e recursos necessários para que possa permanecer, inclusive a segurança dos artistas expositores, bem como a apuração e responsabilização devidas, inclusive com reparação de danos aos artistas”.

https://www.facebook.com/mbaimostra.indigena/videos/vb.100039210795212/113247903325569/?type=2&video_source=user_video_tab

Sobre o ato de vandalismo em Embu das Artes

A mostra M’Bai – Mostra Regional de Artes Plásticas -, aberta gratuitamente para o público em 6 de julho, sofreu um grande ato de vandalismo no dia 16 de julho. Como foi noticiado aqui no site, o Centro Cultural Mestre Assis foi invadido e teve trinta peças danificadas.

Segundo relatos, a invasão ocorreu durante a madrugada e sem marcas de arrombamento. A suspeita é de que o invasor tinha a chave do Centro Cultural e conhecia os hábitos e horários dos funcionários.

Ao site, o coordenador do CCMA, Camilo Alves, confirmou que entraram com a chave. “Tudo foi feito no térreo, entraram no Centro Cultural, desligaram o alarme, danificaram parte do acervo particular da exposição, vandalizaram parte do ambiente e saíram”.

Procurada pela revista Veja, a Prefeitura de Embu das Artes repudiou o ocorrido contra a exposição “que trata de obras com temática dos povos indígenas e sua valorosa contribuição para o desenvolvimento da cidade”. Questionada sobre as medidas que serão tomadas após o ocorrido pela mesma revista, a Prefeitura disse que registrou boletim de ocorrência, abriu sindicância para apuração de responsabilidades e alocou efetivo de guarda patrimonial para atender o local.


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