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Cardápio do Amor

Arrisco-me a dizer que a palavra Amor tem sido proferida ultimamente com significativa frequência e que curiosamente no mesmo passo temos vivido tempos de intolerância, polarizações simplistas, ódio e extremismo apaixonados.

O que me leva a perguntar por que todo mundo tem a palavra amor girando no céu da boca, pronta pra enriquecer qualquer discurso e embasar todas as teorias e não conseguimos pôr em prática nem mesmo em nossos pensamentos e sentimentos, diga-se nos nossos atos e passos??? Mal praticamos gestos de carinho e ternura com nossos parceiros, familiares e amigos, diga-se com o nosso entorno um pouco mais distante.

Uma conclusão extraída de minhas reflexões foi que a abrangência e a subjetividade da palavra Amor, com sua tamanha profundidade e tanta magia que carrega, acaba por teorizar tudo com fala macia, mas converge pra um vazio, com reações e práticas automaticamente impessoais, comumente individualistas e às vezes até agressivas; como se de tão vastos e fortes fossem os braços, não se fizesse possível fechá-los; de tão longa e ampla a nossa régua, não somos capazes de medir os nossos pequenos e corriqueiros gestos…

Na maioria das vezes amamos inconscientemente, de forma orgânica e automática, quando temos similitudes ou qualquer carinho especial envolvido, que transborda em fraternidade, carregada de um teor pessoal por nossos pares.

Mas outras vezes, amar (no sentido prático da palavra, como sendo o gesto de dar e receber amor) é uma construção mais trabalhosa, que requer empenho, reflexão e um bocado de humildade e consciência.

Com um pouco mais de humanismo e um cadinho de empatia talvez viéssemos a concluir que, se formos submetidos à mesma realidade e nas mesmas circunstâncias, talvez agíssemos igual ou pior a tudo aquilo que estamos prontamente condenando.

E talvez essa nossa incapacidade de nos colocarmos no lugar do outro, de respeitarmos opiniões e crenças diferentes das nossas e aceitarmos com todo o nosso coração que as pessoas sejam o que elas quiserem ser, é o que nos impede de desarmar essa bomba social que temos construído ultimamente.

Na dúvida por qual posicionamento adotar, pra saber se tem amor envolvido no rolê, eu proponho uma simples troca de lugar com o outro, e um breve questionamento se o que estamos entregando, é o que de fato gostaríamos de receber?!?

Por isso arrisco dizer que o Amor como uma prática consciente, torna-se uma postura, um estado de espírito, uma via de mão dupla pra conduzir a maneira de ler a vida e se relacionar com o tudo à nossa volta.

Se tentarmos enxergar as causas, talvez entendamos as consequências.

Nossas e dos outros… sigamos!!!

“Amor não se tem… Amor vai e vem…”

…e quanto mais damos… mais recebemos!!!  

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