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Rô Figueiredo: O peso do “enter”

Ao passo que dentro de qualquer aplicativo de texto o “Enter” serve somente para trocar de linha e pode ser revertido com um simples “Backspace”, no universo online na maioria das vezes pode significar um caminho sem volta, pro sucesso ou pro fracasso da operação, mediante o nível de atenção empenhado na ação.

Desde uma transação de banco à um comentário infeliz numa mídia qualquer, passando por sites de compra e afins, uma confirmação virtual normalmente é mais espontânea e impulsiva do que um gesto na vida real, e em função talvez de todo o dinamismo envolto no conceito de navegação o usuário acaba sendo menos cauteloso no mundo digital do que fora dele.

Mesmo que não seja do conhecimento geral, a internet é um universo bastante vigiado e super hiper mega controlado. E esse controle aliás, está cada dia mais fácil em função de um sistema mais inteligente na manipulação de dados e mais vigiado porque o nosso comportamento interessa por todos os pontos de vista. Do consumo à influência que exercemos dentro dos interesses (do consumo…. hahaha)…

Comprovações práticas dessa vigília (robótica e humana), que vão desde o pipocar de banners, adds e promoções de algo que você só ameaçou querer saber quanto poderia custar até a fiscalização “nível hard” nas redes que algumas vezes resulta em completos massacres dos perfis, servem para advertir desenhando em giz de cera o seguinte: A Internet não é terra de ninguém!!!

Já ouvi algumas vezes um chororô alegando que esse mundo tá ficando chato, não se pode falar mais nada, que não se fazem mais piadas como antigamente e que tudo vira motivo pra mimimi. Me conforto pensando baixinho a tamanha desesperança que reinaria se as coisas nunca mudassem e me animo acreditando que uma sociedade que se “autofiscaliza” se autoajuda a evoluir constantemente.

É verdade que por vezes algumas vozes virtuais se excedem e borram o tom do questionamento e da fiscalização na busca pelo progressismo. O que é compreensível em função da novidade de tudo isso, desde a possibilidade de expormos a nossa opinião e ela ser ouvida, até o fato de termos uma (quase sempre tão radical).

Mas penso que o conjunto dessa obra acaba por ter um saldo positivo.

Se o navegante (ou viajante) não optar por uma relação digital (e obvio, também real) mais humana, fraterna e colaborativa, através dos caminhos da própria consciência, visando uma sociedade mais saudável, ao menos que o faça então pelo medo de ser enxovalhado no mundinho virtual!!!

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