O Ministério da Saúde iniciou nesta semana a campanha nacional de vacinação contra a gripe.
A pasta adquiriu 73,6 milhões de doses da vacina e tem a meta de imunizar 90% dos integrantes dos grupos prioritários.
A campanha de vacinação será dividida em duas etapas: no primeiro semestre, a imunização ocorrerá nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste; já no segundo semestre, a vacinação será realizada na região Norte, durante o chamado “Inverno Amazônico”, período de maior circulação do vírus. Não há uma data prevista para o fim da ação.
O imunizante é capaz de evitar entre 60% e 70% dos casos graves e óbitos, e também é oferecido na rede particular. Veja a seguir quem pode ser vacinado nas unidades básicas de saúde (UBSs), quais os efeitos adversos e qual o valor da dose em clínicas e farmácias.
Quem pode tomar a vacina no posto de saúde?
O grupo prioritário é formado por crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e idosos a partir de 60 anos, devido à maior vulnerabilidade desses grupos a complicações decorrentes da infecção pelo vírus influenza.
Além deles, o público-alvo da campanha inclui:
– trabalhadores da Saúde
– puérperas
– professores dos ensinos básico e superior
– indígenas
– pessoas em situação de rua
– profissionais das forças de segurança e de salvamento
– profissionais das Forças Armadas;
– pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade)
– pessoas com deficiência permanente
– caminhoneiros;
– trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso)
– trabalhadores portuários
– funcionários do sistema de privação de liberdade
– população privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos)
Existem restrições?
Não há restrições para a aplicação do imunizante. A única exceção, segundo Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), é para pessoas com alergia anafilática a algum dos componentes da fórmula.
A gripe pode ser uma doença grave?
“A gripe é uma doença que mata milhares de pessoas todos os anos. Uma característica da gripe é a mutação dos vírus. Você pode ter gripe da hora que nasce até a hora que morre. Pode acontecer até duas vezes no mesmo ano. Não é uma doença que dá uma imunidade definitiva, por isso há tantos casos todos os anos”, destaca Mônica.
Além dos óbitos, o influenza pode causar uma série de complicações, de acordo com a médica. Inúmeros estudos mostram o aumento do risco de complicações cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC), além de problemas pulmonares. A gripe também descompensa doenças de base. “Em uma pessoa que tem diabetes controlada e tem a infecção, a doença crônica pode ficar irregular de novo”, diz.
A vacina causa efeitos adversos?
A vacina pode ocasionar alguns efeitos adversos, como dor, vermelhidão e desconforto no local da aplicação. Os sintomas, normalmente, duram entre 24h e 48h. Eventos sistêmicos, como dor de cabeça, dor no corpo ou algum tipo de mal-estar são muito menos comuns, afirma Rosana.
É realmente necessário se vacinar todo ano?
Sim. “Levando em consideração que os vírus mutam e que podemos pegar gripe mais de uma vez ao ano, é importante que se faça a vacinação anualmente, de acordo com a atualização das cepas feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”, pontua Mônica.
Ela alerta que muitas pessoas costumam deixar a vacinação para o fim do ano – entre setembro e novembro -, quando se preparam para viajar ao hemisfério norte, onde é inverno nesse período.
“A proteção da vacina dura, em média, seis meses. E você não está recebendo um reforço anual, está recebendo a vacina do ano (com as cepas atualizadas). Por isso, quem se imunizou no segundo semestre do ano passado já deve tomar a nova dose agora – não é necessário esperar completar um ano. O ideal é se vacinar antes do aumento da circulação dos vírus, e esse aumento já começou. Não há por que adiar. Não precisa ficar esperando completar um ano”, orienta Mônica.